Suspeita de overdose de drogas K leva à investigação de mortes em presídios de Minas Gerais

Secretaria de Justiça e Segurança Pública investiga causas das mortes de detentos em Ribeirão das Neves

Por Da redação | www.portalalagoasnt.com.br 11/04/2024 - 16:47 hs
Foto: Ilustração/ Internet


A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) está investigando as mortes de 13 detentos em dois presídios de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A suspeita é de que as mortes tenham sido causadas por overdose de drogas sintéticas, conhecidas como drogas K.

 

 

A Sejusp informou que as causas das mortes, supostamente por overdose da substância entorpecente chamada K, estão em investigação pelo Depen-MG (Departamento Penitenciário) e pela Polícia Civil. A pasta ressaltou que é necessário aguardar os laudos da perícia técnica para relacionar as mortes ao uso de substâncias entorpecentes.

 

Nos últimos dez dias, sete detentos faleceram no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, que tem capacidade para 1.047 presos. Entre dezembro de 2023 e março de 2024, outras seis mortes ocorreram no Presídio Antonio Dutra Ladeira, com 878 vagas. A Sejusp afirmou que as unidades prisionais realizaram todos os procedimentos necessários e aguardam os laudos da perícia técnica para apurar as causas das mortes.

 

A suspeita de overdose surgiu devido à ausência de lesões aparentes nos detentos durante os exames preliminares. As drogas K, conhecidas como K2, K4, K9 e Spice, são substâncias sintéticas com alto potencial de danos ao organismo do usuário. Seus efeitos são rápidos e podem causar desde convulsões e alucinações até paradas cardíacas fatais.

 

A Sejusp destacou que as unidades prisionais realizam revistas rigorosas nas celas e nos visitantes para evitar a entrada de substâncias ilícitas. Além disso, o Depen-MG está em processo de organização de uma campanha interna sobre os malefícios do consumo de álcool e drogas, em parceria com a Subsecretaria de Políticas sobre Drogas.

 

 

A Polícia Civil de Minas Gerais informou que a investigação das mortes nos presídios de Ribeirão das Neves está em andamento e aguarda os laudos para subsidiar a apuração.

 

O advogado criminalista Gregório Andrade, que representa as famílias dos detentos falecidos, expressou preocupação com a suspeita. Ele ressaltou a dificuldade de detecção das drogas K, que podem ser transportadas em papel sulfite A4, e seu alto poder destrutivo. As famílias também relataram a falta de informações por parte do Estado, sendo avisadas sobre as mortes apenas quando os corpos já estavam no Instituto Médico Legal (IML).

 

As drogas K foram inicialmente introduzidas nos presídios de São Paulo e posteriormente se espalharam pelas ruas do estado. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem detectado canabinoides sintéticos, conhecidos como drogas K, em amostras de detentos do sistema prisional com doenças graves, como hepatites.